quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Se existisse alguma precisa onomatopéia pra descrever meu riso de felicidade agora! Felicidade e tristeza na verdade, mas a felicidade se sobrepõe.
Lá na faculdade tem um português que morou dez anos na Alemanha, e a menos de um ano está morando aqui em são luis, conheceu sua mulher no famoso centro histórico (aquele velho golpe, hein) casou, e agora, tá levando a vida aqui. Hoje lá na sala, aula de Filosofia, (aula expositiva, o que é uma raridade(!) naquele lugar, boa até por sinal), os dois ar condicionados afim de dizerem goodbye, cansados de estarem ali desde a inauguração daquele prédio (subtende-se: muito tempo!), um calor infernal pairando no local, a angústia tomando de conta dos nossos corpos, aquela aula de filosofia, pensar, pensar, pensar, o português se revolta, levanta da cadeira e diz, interrompendo o professor no meio de uma explicação: "não suporto mais - lêmbre-se: português que morou dez anos na Alemanha não fala muito bem, quer dizer, não é entendido muito bem - isso tá muito calor! Professor, isso é uma falta de respeito" enquanto isso, todos riam "o que nós deveremos fazer é nos levantarmos e irmos embora! não podemos tolerar isso! um absurdo! o quadro... 5 reais isso aqui! olha pra isto!" (não entendi muito bem o que ele quis dizer) "a porta, nem fechadura tem"... "impossivel estudar assim...". Quando ele terminou o discurso a sala tinha se tornado uma verdadeira platéia do Silvio Santos pós 'câmera escondida' bem sucedida! ele tava certo, claro. Mas a reação dele, foi inesperada, incomum, já que estão todos acomodados de mais com a situação, meramente achando graça do 'aluno do intercambio' que fala esquisito. Ele tava certo. O professor também se assustou, incentivou algo, mas logo tornou a dar seu conteúdo atrasado. O português, acostumado com outra cultura, primeiro mundo, deve achar muito esquisito um lugar destinado à educação naquela situação. Talvez, somos aberrações mesmo. Outro mundo. Mas enfim, bom saber que não sou o único ali que acredita que há algo injusto sobrevoando aquele lugar. Fiquei feliz porque sei que tenho a confiança de alguns amigos. Fiquei feliz porque alguns amigos estão sendo recompensados por seus esforços. Estou infeliz porque a vida é injusta com outros. Sempre há um amanhã. BELIEVE!

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